22 de April de 2020

CORONAVÍRUS: LIDERANÇA E EQUIPES VIRTUAIS

Novas formas de trabalho, como equipes virtuais ou equipes distribuídas, modificam os relacionamentos tradicionais do líder com colaboradores, exigindo um novo tipo de liderança à distância e com delegação de funções.

 

O contexto das equipes virtuais apresenta peculiaridades importantes: ausência de relações prévias entre os membros do grupo que permitem o desenvolvimento de coesão e confiança; falta de regras e procedimentos compartilhados de trabalho; identidade de grupo fraca; confusão decorrente de restrições de comunicação e limitação do trabalho do líder devido ao escasso contato direto com a equipe.

 

Nesse novo cenário, liderar implica assumir novas responsabilidades para desenvolver a equipe e estruturar seus processos. Assim, os modelos tradicionais de liderança desenvolvidos com base em relacionamentos cara a cara líder-membro são insuficientes para liderar efetivamente as equipes virtuais. Aparecendo assim o conceito de liderança remota.

 

Liderança remota (e-leader-hep), é aquela liderança que ocorre em equipes virtuais. Embora a virtualidade tenha sido inicialmente considerada uma dicotomia em oposição às equipes presenciais, hoje em dia é considerada um continuum que pode adotar diferentes níveis de acordo com a distribuição geográfica, as ferramentas de comunicação utilizadas e o imediatismo da comunicação. Portanto, a liderança deve estar sempre dependente dos níveis de virtualidade da equipe.

 

A maioria das abordagens para o estudo da liderança remota analisou e comparou como os líderes em equipes com altos níveis de virtualidade (maior dependência tecnológica e menor capacidade de transmitir informações sobre tecnologia) agem em comparação com os líderes mais tradicionais (preponderância – interação cara a cara). Observou-se que, sob condições remotas de trabalho, líderes capazes de executar várias funções simultaneamente são mais eficazes, demonstrando sua capacidade de enfrentar situações complexas.

 

Por outro lado, as evidências empíricas denotam que a liderança compartilhada prediz melhor o desempenho das equipes virtuais do que a liderança vertical. Isso sugere que a distribuição de papéis e responsabilidades de liderança entre os membros dessas equipes contribui para superar as dificuldades colocadas pela virtualidade (problemas de comunicação e coordenação, baixa coesão, etc …). Da mesma forma, o impacto da liderança transformacional nas equipes virtuais foi analisado, verificando se está mais significativamente relacionado ao desempenho da equipe e aos diferentes processos da equipe, como poder do grupo, coesão e cooperação. Assim, verificou-se que a inspiração motivadora aumenta a confiança em equipes com altos níveis de virtualidade.

 

 Alberto Berga Monge – Madrid, 22 de abril de 2020

O Prof. Dr. Alberto Berga Monge, é médico veterinário espanhol, professor e colaborador Verakis, professor colaborador da Universidade de Zaragoza, auditor da União Europeia e diretor da AMB Consulting, e vai ser um dos correspondentes Verakis para acompanhar a evolução do setor dos alimentos durante o confinamento europeu.